sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Gotas de Paz – 442

"Se aproximou um leproso, se joelhou e suplicou a Jesus: « Se queres, podes curar-me.» Jesus teve compaixão, estendeu a mão, o tocou e disse:: «Eu quero; seja curado .» Mc 1, 40-41

Encontramos no evangelho deste domingo um pequeno diálogo entre um leproso e Jesus. São poucas palavras, mas essenciais. Com alguns gestos e umas quatro palavras aquele leproso abriu completamente seu coração.

Em primeiro lugar, ele se aproximou. Os leprosos eram mantidos longe de todos, pois a lepra era contagiosa e para proteger aos demais, um leproso não podia aproximar-se de ninguém. Porém, ele se aproximou. Em seu coração simples e sofrido, ele sentia que Deus não podia ser contaminado pelo seu mal. Intuía que a Deus não lhe faz nenhum dano quando alguém se aproxima para dizer-lhe que o necessita, ainda que esse homem esteja no pior estado. Seus passos determinados eram marcados pela certeza de que Deus não o rejeitaria.

Mas, quando estava pertinho de Jesus, ele se ajoelhou.

Ajoelhar-se diante de outra pessoa é um gesto que fala por si mesmo. Ao mesmo tempo em que se reconhece a grandeza do outro, se revela a própria pequenez, a necessidade e a convicção de que o outro te pode ajudar. Por isso a este gesto de súplica se acompanham as palavras: «Se queres, podes curar-me.» Estas poucas palavras são uma verdadeira profissão de fé em Jesus Cristo. Quem podia curar um leproso, senão Deus? Aquele leproso sabia que o Deus que havia feito todas as coisas, podia também refazê-las. Mas, ele sabia também que, mais do que vemos e entendemos, existe o mistério da vontade de Deus. Muitas vezes o que cremos ser bom para nós, se transforma na nossa perdição. È por isso que este homem diz: «Se queres». Ao final, Deus é sempre livre e seus projetos estão muito acima dos nossos.

A lepra, como todas as enfermidades, era pensada no tempo de Jesus, como fruto do pecado (e para causar a lepra deveria ser um pecado muito grande!!!) É por isso que este homem pede a Jesus para ser purificado. Como sabemos hoje que as doenças em geral não são castigos por nossos pecados, esta súplica nos permite pensar a nossa lepra espiritual, as doenças do nosso espírito, nossos vícios e nossos pecados.

Jesus teve compaixão. A palavra com-paixão, é uma palavra muito forte. Haver com-paixão significa participar a paixão de outra pessoa. (Paixão quer dizer a dor, o sofrimento como quando dizemos «a paixão de Cristo», e não, neste caso, paixão como um sentimento de um super afeto). Então, Jesus entrou na dor daquele leproso, sentiu o ele estava sentindo, lhe estendeu a mão e o tocou. Ninguém podia tocar um leproso, porque se tornava também um impuro. Mas como já dissemos, Deus não pode contaminar-se com nossas impurezas. Se isto para o leproso era fé, para Jesus era uma certeza. Ele não tinha medo do leproso, não tinha medo do pecador... E Jesus lhe disse: «Eu o quero; fique curado.»

Que palavras fortes: esta é a vontade de Deus: fica curado.

Jesus, revelador do Pai, neste pequeno diálogo manifesta o imenso coração de Deus. Nosso Deus ha com-paixão de nós, nos estende sua mão, nos toca e leva em seu coração uma vontade, um projeto sobre cada um de nós.

Estimado/a irmão/ã vivamos em primeira pessoa este evangelho neste fim de semana. Aproximamo-nos de Jesus, não importa quanto impuros estejamos, pois não vamos contaminar-lo. Porém, que o nosso aproximar-se seja sincero e cheio de fé . Ajoelhamos diante dele . E digamos: «Se queres, podes curar-me.» e mais, perguntemos: qual é teu projeto comigo? E deixemos que ele nos toque! Amém.

O Senhor te abençoe e te guarde,

O Senhor faça brilhar sobre ti o seu rosto e tenha misericórdia de ti.

O Senhor mostre o seu olhar carinhoso e te dê a PAZ.

Frei Mariosvaldo Florentino, capuchinho.

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