“Ao cair da tarde, já depois do l-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demônios. (...) De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar.” (Mc 1, 32-35)
O Evangelho desse domingo nos relata o inicio da fama de Jesus. Como pela manhã ele tinha libertado um homem possuído na Sinagoga, e depois na casa de Pedro tinha curado a sua sogra, a tardezinha já tinha uma grande quantidade de gente na sua porta. Jesus curou a muitos, libertou outros, e seguramente falou a todos das maravilhas de Deus. Por certo, foi um dia muito cansativo.
Mas, de manhãzinha, quando todos ainda estavam dormindo, ele se levantou e foi a um lugar deserto para rezar. Jesus precisava de intimidade com o Pai. Ele necessitava descobrir qual era a vontade de Deus para a sua vida, e mais especificamente para aquele novo dia. Ele sabia que ali, na casa de Pedro, de novo teria uma multidão a pedir milagres. E tal multidão se repetiria todos os dias, pois as pessoas não estão jamais satisfeitas. Mas, ele necessitava saber si essa era a vontade do Pai. Ele precisava descobrir se era para isso que ele veio ao mundo.
Jesus esteve em oração, seguramente, por algumas horas, até que seus discípulos lhe encontraram e lhe disseram: “todos te procuram?”
E Jesus depois de ter orado, decidiu ir a outros povos, para pregar-lhes o reino de Deus.
Talvez nos perguntamos: por que ele não veio para continuar a fazer milagres ali?
Por que deixou toda aquela gente esperando? Por que ir a outros lugares, onde ninguém o conhecia, e deixar tantos que necessitavam dele? Sem dúvidas, na lógica do mundo, que está sempre muito atenta a popularidade, a fama, ao aplauso... Jesus se equivocou!
Mas, ele tinha rezado e sabia que na lógica de Deus, tinha que partir... e assim o fez.
A oração deve ser o motor da nossa vida. É somente essa intimidade com Deus que pode nos dar a clareza do que devemos fazer e como o devemos fazer. É somente no continuo diálogo com o Senhor que descobrimos quais são as coisas que nos correspondem na nossa vida de cristão e quais as outras que devem ser evitadas, ainda quando o mundo nos diz o contrário. Ter êxito nesse mundo, ter títulos, ser famoso, estar muito ocupado todo o dia, não significa estar fazendo a vontade de Deus.
Penso que o evangelho desse domingo é para todos nós um sincero convite para a oração. A encontrar um tempo para dedicar ao encontro profundo com o Senhor. Para dialogar com Ele, sobretudo, para escutar sua palavra. Quando dizemos orar, não significa multiplicar as fórmulas de oração que as vezes fazemos muito mecanicamente. Orar é dialogar com Deus, é também escutá-lo, é saber fazer silêncio diante dele e permitir que Ele nos fale ao coração. Por isso, um modo muito concreto de orar é escutar e meditar a sua palavra, é recitar pausadamente um salmo, ler o evangelho e conservar sua palavra. Orar é perguntar diante de cada situação concreta da nossa vida: Senhor, que queres que eu faça?
Tenho certeza que muita coisa mudaria em nós se nos decidimos a dar espaço para Deus.
Seguramente, si a oração encontra espaço na nossa vida, também nós entenderemos porque Jesus não retornou onde todos o esperavam, e onde teria tanto para fazer, mas preferiu ir a outras cidades.
¡Jesus, ensina-nos a orar!
O Senhor te abençoe e te guarde,
O Senhor faça brilhar sobre ti o seu rosto e tenha misericórdia de ti.
O Senhor mostre o seu olhar carinhoso e te dê a PAZ.
Frei Mariosvaldo Florentino, capuchinho.
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